O Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil

ciência, patrimônio e controle

Resumen

trabalho aborda a criação e a atuação do Conselho das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil (CFEACB), órgão encarregado de fiscalizar e licenciar as expedições nacionais e estrangeiras com fins científicos e artísticos, controlando todo o tipo de material recolhido e produzido nessas incursões, os quais eram considerados como patrimônio científico nacional. O Conselho foi analisado a partir do processo histórico no qual esteve inserido, relacionando sua história com a conjuntura marcada por crises econômicas e políticas no plano mundial entre 1933 e 1956. A dissertação está organizada em três capítulos temáticos. No primeiro, apresenta-se os debates envolvendo questões relacionadas com a natureza, a ciência (especialmente, botânica, zoologia e antropologia), o controle do território e a exploração geológica, entre outros. No segundo, destacamse as negociações entre o Ministério da Guerra e o Ministério das Relações Exteriores que, vendo no abandono das fronteiras brasileiras o ponto nodal da entrada de estrangeiros e de expedições com finalidades distintas, propõem a criação de um órgão fiscalizador. Porém, naquele momento, o Ministério da Agricultura concentrava a maior parte das instituições de pesquisa, tomando a frente do movimento de criação do CFEACB. Finalmente, no terceiro capítulo, os membros do Conselho são analisados em dois grupos: os formuladores do projeto de controle das expedições e do patrimônio nacional; e os executores da política de controle das expedições e do patrimônio nacional. Chama-se atenção para o papel estratégico do Conselho no controle de quem circulava pelo país, bem como no aperfeiçoamento técnico de seus profissionais, apresentando, assim, suas ambigüidades e o seu papel nacional, ao nomear representantes nos estados da federação.