A Construção sociotécnica do PPF
um processador de ponto flutuante para O IBM 1130 desenvolvido no NCE/UFRJ
Mots-clés :
artefatos tecnológicos, computadores, universidade-empresa, modelo de tradução/translaçãoRésumé
O Processador de Ponto Flutuante (PPF) foi desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ) nos anos de 1970. A abordagem sociotécnica nos conduzirá à análise da construção do processador de ponto flutuante como um fenômeno onde o “social” e o“técnico” atuam inseparavelmente, em que natureza e sociedade, tecnociência e cultura estão indissociavelmente fundidas em algo híbrido. Partindo dessa abordagem, contaremos a história de como o PPF foi simultaneamente tradução/translação de progresso tecnológico – permitia a execução do cálculo de operações com números reais no computador IBM-1130 utilizando hardware, o que proporcionava um ganho de até 50 vezes no desempenho da máquina original (inicialmente, essas operações eram realizadas por software) – e de autonomia tecnológica, objetivos de segurança e economia de divisas conforme os interesses da academia, dos militares e dos administradores de estatais.