Galileu e Darwin
interpretações naturais, evidências e absurdos
Resumo
Este texto pretende demonstrar que, contrariamente ao preceituado pela epistemologia tradicional, o sucesso na afinnação de uma teoria nova frente àquela arraigada no senso comum depende do apelo à ignorância, às hipóteses ad hoc, à propaganda - mais retórica que lógica - e à manipulação das interpretações naturais dos fatos, instilando nelas a confusão conceituai, turvando as evidências sensórias e extraindo absurdos. Ampliando a análise de Feyerabend em Contra o método ao caso darwiniano (fontes: A origem das espécies e Ensaios de 1842/44), este estudo adjudica àqueles procedimentos o sucesso de Galileu e Darwin em estabelecerem concepções desprovidas de provas diretas e da naturalidade consensual, como o demonstram suas condutas e obras. Conclui-se que o epistemólogo deve harmonizar seus preceitos com os fatos da discussão de teorias científicas.