Uma pequena revolução científica
a FFCL/USSP
Resumo
Há um campo aberto para tratar-se historicamente as crônicas sobre a ciência no Brasil, e o presente traba1bo pretende ser uma modesta contribuição neste sentido, ao debruçar-se sobre a &Qto-consciência da comunidade científica brasileira, nas duas décadas que se sucederam ao pós-guerra, a respeito da fundação e do papel da FFCUUSP a partir de 1934. Utiliza-se de uma maneira preliminar e metafórica as idéias de Kuhn sobre "Paradigma" (como conjunto de valores compartilhados) e "revoluções científicas", correlacionando-as com a interpretação que se construiu na modernidade em torno da "Revolução Científica" do séc. XVII. O discurso de nossos cientistas aponta para a entrada gradual das diversas áreas de conhecimento aqui praticadas no "estágio positivo" simboli7.ado pela "Revolução Científica", e da entrada do Brasil no rol das nações que já tinham estas ciências em suas fases paradigmáticas. O "divisor de águas" teria sido a FFCUUSP, significando uma revolução cultural, institucional e sócio-econômica. O ponto-chave da ruptura é a subordinação da formação profissional à pesquisa experimental e à prática da ciência pura, algo que resiste às mudanças politicas do fim da década de 60, que abateriam o otimismo ingênuo de 30 anos antes.