Uma conversa com Steve Shapin
Mots-clés :
relativismo, relativismo metodológico, estudos sociais da ciência, Steven Shapin, sociologia da ciênciaRésumé
Nesta entrevista de Bernardo J. Oliveira com Steven Shapin, o historiador e sociólogo norte-americano fala de seu novo livro – “Science as a Vocation: expert knowledge and personal virtue in late modernity” – e explica sua posição frente ao relativismo, aos filósofos e a chamada guerra das ciências. Shapin afirma que não se considera um relativista no sentido de que todas as opiniões se equivalem, mas defende o relativismo metodológico como a melhor forma de se buscar compreender a história das diferentes ciências. Também registra que muitas estratégias têm sido utilizadas pelos cientistas na busca de credibilidade para seus trabalhos. Por isso, Steven Shapin julga que o historiador das ciências deve considerar como relevante todas as técnicas de persuasão, os artifícios retóricos e apelos que geram confiança. Na crítica aos filósofos, ele afirma que, sem entender como a ciência é feita, estes procuram prescrever uma posição normativa com relação à prática científica. Chama atenção para o fato da crítica à ciência estar sendo tomada como um ataque à verdade, acentuando que é difícil falar de democracia em uma sociedade em que a competência do especialista é poderosa e livre de responsabilidade.