Os aceleradores lineares do general argus e a sua rede tecnocientífica
Resumo
O artigo descreve a história de quatro aceleradores lineares de elétrons construídos no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF, nos anos 1960/70. Recorrendo à lógica do ator-rede na análise do processo de decisão, construção e utilização dessas máquinas na pesquisa científica, trata de físicos, Me V, financiamento, desafios tecnológicos, equipe técnica, dificuldades.feixe, alegrias, disputas etc. Considera que o sucesso inicial do empreendimento foi resultante, ao lado da forte determinação do coordenador - o Gal. Argus -, da participação de experientes técnico e engenheiro estrangeiros, dedicados recém1ormados engenheiros eletrônicos e competentes mecânicos, da excelente oficina mecânica e da perfeita tradução dos interesses de outros aliados: militares, físicos e membros da tecnoburocracia. Do mesmo modo, atribui a desestabilização do projeto dos "aceleradores do Argus" à perda do apoio da rede de físicos do CBPF. Essa história reflete o caráter da relação dos militares e determinadas áreas da tecnociência no Brasil