Entre plantas e purgantes

as terapêuticas mais utilizadas pelo médico João Curvo Semedo nos diagnósticos das “doenças mentais”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53727/rbhc.v18i1.1067

Palavras-chave:

tratamentos para doenças mentais, medicina portuguesa, curas químicas e galênicas

Resumo

Nas últimas décadas temos observado o dinamismo dos estudos acerca da história da medicina, nos quais a preocupação não está mais unicamente vinculada a mostrar seus avanços institucionais, mas em estudar aspectos culturais, econômicos e sociais. Por meio de escritos e documentos médicos podemos observar e descrever como um corpo social, por vezes temporalmente distante da contemporaneidade, se comportava, e até mesmo identificar quais eram as condutas sociais vigentes no período considerado. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo analisar o que a medicina lusa no final do século XVII e início do XVIII – aqui apresentada nos tratados Polyanthea medicinal (1697), Atalaya da vida contra as hostilidades da morte (1720) e Observações médicas doutrinais de cem casos gravíssimos (1707), de João Curvo Semedo –, entendia a respeito de doenças envolvendo a mente e o comportamento humano, identificando esses processos por meio dos tratamentos dados aos pacientes.

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Referências

Documentos

SEMEDO, J. C. Polyanthea medicinal. Lisboa: Officina de Antônio Pedrozo Galram. Lisboa: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1697.

SEMEDO, J. C. Observações médicas doutrinais de cem casos gravíssimos. Lisboa: Officina de Antônio Pedrozo Galram. Lisboa: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1707.

SEMEDO, J. C. Atalaya da vida contra as hostilidades da morte. Lisboa Occidental: na Officina Ferreyrenciana. Lisboa: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1720.

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Publicado

09-06-2025

Edição

Seção

Dossiê - Corpos e mentes sob escrutínio: saberes e práticas ‘psi’ na história das ciências