Platônicos, aristotélicos ou sexistas? A metafísica implícita nas concepções geométricas associadas à produção de corações artificiais

Autores

  • Marisol Marini Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.53727/rbhc.v12i1.50

Palavras-chave:

Coração artificial, antropologia da ciência e da tecnologia, gênero e tecnociência, metafísica, proporção áurea

Resumo

O intuito é explorar as concepções matemáticas da natureza, a compreensão de que o suposto mundo natural manifesta-se por meio de códigos matemáticos, investigando os ecos desses argumentos na produção de dispositivos de assistência circulatória, chamados de corações artificiais. O ponto de partida é uma situação relativa ao exame de qualificação e resultados de pesquisa de uma das bioengenheiras da rede investigada, cuja tese justifica matematicamente a correlação entre o desenho das aletas (pás que fazem o rotor do dispositivo girar) a uma constante real algébrica extraída da Sequência de Fibonacci, conhecida também como proporção áurea ou divina. Trata-se de iluminar uma possível relação entre temáticas metafísicas associadas à perfeição, harmonia e beleza e o papel da feminilidade e a presença de mulheres na bioengenharia. O propósito não é reificar, naturalizar ou generalizar posições de gênero, mas explorar o papel estratégico da presença feminina num campo tido como masculino. Recuperando argumentos de Alexandre Koyré e dialogando com a hipótese de Edwin Burtt a respeito das bases metafísicas da ciência moderna o intuito é problematizar a emergência de argumentos metafísicos, a despeito do esforço de purificação construído ao longo de toda a história das ciências modernas e do desenvolvimento tecnológico

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Biografia do Autor

Marisol Marini, Universidade de São Paulo (USP)

Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo.

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Publicado

15-06-2019

Edição

Seção

Artigos