As garotas do rádio e sua busca por justiça e dignidade

possibilidades de abordagens históricas para o ensino de ciências

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53727/rbhc.v14i2.539

Palavras-chave:

garotas do rádio, história das ciências, natureza das ciências, ensino de ciências, radioatividade

Resumo

Nas primeiras décadas do século XX foram lançados vários produtos comerciais que incluíam o uso da radioatividade, como os relógios com mostradores que brilham no escuro, que fizeram muito sucesso. Jovens operárias que trabalharam na linha de produção desses objetos adoeceram e, em seguida, protagonizaram uma luta por diagnósticos corretos, tratamento médico e indenizações trabalhistas. A empresa United States Radium Corporation (USRC), de Nova Jersey (EUA), contratou um médico para defender a utilização do rádio na indústria, profissional que também distribuiu exames com falsos negativos a várias mulheres. O relato sobre esse episódio histórico norteia-se pela prática historiográfica que busca uma interpretação contextualizada de fontes primárias e secundárias, reconhecendo que a escrita da história não é neutra. Assume-se uma posição de denúncia de injustiças e uma narrativa não neutra sobre questões de gênero e de classe social. A narrativa oferece possibilidades para aliar as abordagens históricas das ciências e as discussões em ciência, tecnologia e sociedade na formação de professores, exemplificando questões conceituais, tecnológicas, éticas e econômicas, dentre outros aspectos das práticas científicas e sociais do contexto abordado. Esse recorte histórico permite, também, discussões sobre a natureza das ciências na perspectiva da educação para os direitos humanos e para uma ética da razão cordial, explicitando injustiças decorrentes de desigualdades econômicas e desequilíbrios entre forças sociais como as que ocasionaram a falta de apoio àquelas mulheres.

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Publicado

08-12-2021

Edição

Seção

Artigos (História das Ciências e Educação)