O Reformismo Ilustrado e a construção de espaços coloniais

os sertões da América portuguesa nas memórias econômicas da Academia das Sciencias de Lisboa (1779-1800)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53727/rbhc.v16i1.870

Palavras-chave:

América Portuguesa, espaços coloniais, ciência imperial

Resumo

Este trabalho tem como objetivo discutir os projetos coloniais para os sertões da América portuguesa elaborados e discutidos nas memórias econômicas da Academia das Ciências de Lisboa em fins do século XVIII. Tais proposições se entrelaçam às perspectivas do Reformismo Ilustrado, elencando a agricultura e a circulação de espécimes como forma de melhor aproveitar as potencialidades coloniais. Assim, a partir da perspectiva da história ambiental e da história das ciências buscamos analisar os projetos dos ilustrados, bem como a circulação de conhecimentos em diferentes esferas, na relação estabelecida com o mundo natural e com as populações dos sertões da América portuguesa entre 1779 e 1800.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARRUDA, J.J. de A. Decadência ou crise do império luso-brasileiro: o novo padrão de colonização do século XVIII. Revista USP, v. 46, p. 66-78, 2000. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i46p66-78

BAKHTIN, M. The dialogic imagination: Four essays. Austin: University of Texas Press, 1981.

CANIZARES-ESGUERRA, J.; THURNER, M. The invention of Humboldt: on the geopolitics of knowledge. New York; London: Routledge, 2022.

COELHO, M.C. A civilização da Amazônia – Alexandre Rodrigues Ferreira e o Diretório dos índios; a educação de indígenas e luso-brasileiro pela ótica do trabalho. Revista de História Regional, v. 5, n. 2, p. 149-174, 2000.

CORTESÃO, J. A geografia e a economia da Restauração. Lisboa: Seara Nova, 1940.

CURTO, D.R. Cultura imperial e projetos coloniais: séculos XV a XVIII. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.

DEAN, W. A botânica e a política imperial: a introdução e a domesticação de plantas no Brasil. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 216-228, 1991.

DEAN, W. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

FERREIRA, B.F.L. Memória sobre as viagens filosóficas: um manuscrito setecentista do naturalista Manuel Galvão da Silva. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de Janeiro v. 12, n. 1, p. 138-152, 2019. DOI: https://doi.org/10.53727/rbhc.v12i1.45

FIGUEIREDO, A. Mairi dos Tupinambá e Belém dos portugueses: encontro e confronto de memórias. In: SARGES, M. de N.; FIGUEIREDO, A.; AMORIN, M.A. O imenso Portugal: estudos luso-amazônicos. Belém: Editora da UFPA, 2019. p. 19-41.

GERBI, A. A disputa pelo Novo Mundo: história de uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

GODINHO, V.M. 1580 e a Restauração: ensaios. v. II: Sobre a história de Portugal. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1968.

LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Editora Unesp, [1998] 2000.

MELLO, E.C. de. O negócio do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

MIGNOLO, W. The darker side of Renaissance: Literacy, territoriality and colonization. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 1995.

NOBRE, G. da S. João da Silva Feijó: um naturalista no Ceará. Fortaleza: Grecel, 1978.

NOVAIS, F. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). 5. ed. São Paulo: Hucitec, [1979] 1989.

PÁDUA. J.A. “Um sopro de destruição”: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

PEREIRA, M.R.; SANTOS, R.M. dos. João da Silva Feijó: um homem de ciência no Antigo Regime português. Curitiba: Editora da UFPR, 2012.

RAJ, K. Relocating modern science: Circulation and the construction of knowledge in South Asia and Europe, 1650-1900. New York: Palgrave Macmillan, 2007. DOI: https://doi.org/10.1057/9780230625310

RAMINELLI, R. Ciência e colonização: a viagem filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira. Tempo, v. 6, n. 3, p. 157-182, 1998.

RAMINELLI, R. Viagens ultramarinas: monarcas, vassalos e governo à distância. São Paulo: Alameda, 2008.

SAFIER, N. Measuring the New World: Enlightenment science and South America. University Chicago Press, 2008. DOI: https://doi.org/10.7208/chicago/9780226733562.001.0001

SAMPAIO, T. O sertão antes da conquista. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, São Paulo, v. 5, s.n., p. 79-94, 1899-1900.

SCHWARCZ, L.M. (com AZEVEDO, P.C. e COSTA, A.M.). A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à Independência do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

SCHWARTZ, S. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial (1550-1835). Tradução Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

SILVA, J.A.T.R. da. A Academia Real das Ciências de Lisboa (1779-1834): ciências e hibridismo numa periferia europeia. Tese (Doutorado em História e Filosofia das Ciências) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2015.

WULF, A. A invenção da natureza: a vida e as descobertas de Alexander von Humboldt. São Paulo: Planeta, 2016.

Downloads

Publicado

29-07-2023

Edição

Seção

Dossiês