Trajetórias profissionais e instituições científicas na Era Vargas

a atuação científica e política de Carlos Estêvão de Oliveira (1930-1941)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53727/rbhc.v16i1.841

Palavras-chave:

instituições científicas , ideário político , governo Vargas

Resumo

O presente artigo situa-se no campo da história das ciências e se propõe analisar a atuação científica e política de Carlos Estêvão de Oliveira como diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém, PA), cuja gestão se estendeu por mais de uma década. O intelectual pernambucano ocupou diversas funções nas instituições científicas e nos conselhos técnicos inaugurados no governo Vargas. O período é caracterizado na historiografia pelo processo de nacionalização dos institutos e dos conselhos brasileiros como pelo envolvimento de cientistas, intelectuais, técnicos e funcionários públicos em projetos e ações de âmbito federal. Busca-se, portanto, compreender, a partir de um estudo de caso, a relação do Museu Goeldi com as políticas desenvolvimentistas de Vargas.

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Publicado

29-07-2023

Edição

Seção

Dossiês