Revisitando os jardins das “Escolas do Imperador” da segunda metade do século XIX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53727/rbhc.v16i1.869

Palavras-chave:

etnobotânica histórica , história ambiental , jardins históricos

Resumo

Áreas ajardinadas integrantes dos novos prédios que abrigavam as “Escolas do Imperador”, 1872-1877, são analisadas sob a perspectiva do projeto de modernização que se configurava no Brasil do Segundo Reinado, alinhado ao modelo de cidade das grandes potências europeias. A partir de documentos de arquivos históricos e de inventário das plantas atualmente ocorrentes nas seis escolas remanescentes, busca-se avaliar as motivações e os critérios empregados na seleção das espécies. Desvela-se que foram privilegiadas espécies por suas características estéticas, desvinculadamente da valorização da flora brasileira que tanto encantava a leigos e naturalistas por sua riqueza e plasticidade.

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Publicado

29-07-2023

Edição

Seção

Dossiês