A concepção zoológica de Maximiano Lemos (1860-1923) no compêndio Elementos de zoologia, de 1890
DOI:
https://doi.org/10.53727/rbhc.v17i2.885Palavras-chave:
Ensino industrial Portugal, Ensino de zoologia, Elementos de zoologia, Século XIXResumo
Portugal investiu na formação do ensino industrial por meio da criação do Instituto Industrial de Lisboa e da Escola Industrial do Porto, em novembro de 1852, com o objetivo de instruir e educar as classes trabalhadoras das cidades de Porto e Lisboa. O objetivo do artigo é analisar a concepção zoológica presente no compêndio Elementos de zoologia, do autor Maximiano Lemos, publicado em 1890, que era utilizado nessas escolas industriais. Para poder compreender a concepção zoológica presente no compêndio, parte-se da seguinte pergunta de investigação: quais as principais influências de Maximiano Lemos sobre os conhecimentos zoológicos? Na análise documental desenvolvida, foram obtidas três categorias de concepção zoológica: taxonomia e classificação zoológica, filosofia mecanicista e plano de divisão corpóreo. Conclui-se que Maximiano Lemos adotou a taxonomia de Carl Friedrich Wilhelm Claus e a filosofia mecanicista de Oscar Hertwig, enquanto o plano de divisão corpóreo teve a influência francesa de Edmond Perrier.
Downloads
Referências
ALBARRACÍN, A.; TEULÓN, A. La teoría celular en el siglo XIX. Madrid: Akal, 1993.
ALVES, Luís Alberto Marques; COSTA, Patrícia. Os instrumentos científicos e os manuais no ensino industrial na cidade do Porto (Portugal) na segunda metade do século XIX. Revista Educação em Foco, v. especial, n. 44, 2021.
BERTONI, D.; LUZ, A. Estilos de pensamento biológico sobre o fenômeno vida. Revista Contexto & Educação, v. 26, n. 86, p. 23-49, 2011.
CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, n. 2, p. 177-229, 1990.
CLAUS, C.F.W. Grundzüge der Zoologie. Marburg: Elwert'sche Verlagsbuchhandlung, 1868.
COSTA, M.A.N. O ensino industrial em Portugal de 1852 a 1900. Lisboa: [s.n.], 1990.
COSTA, P.; CHAMINÉ, H.; CALLAPEZ, P. O ensino industrial em Portugal e a popularização da ciência. In: Congresso Luso-Brasileiro de História das Ciências, 8., 2011, Coimbra. Anais […]. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2011.
EL-HANI, C. Evolução: o sentido da biologia. São Paulo: Unesp, 2005. DOI: https://doi.org/10.7476/9788539302758
FREZZATTI JR., W. Haeckel e Nietzsche: aspectos da crítica ao mecanicismo no século XIX. Scientiae Studia, v. 1, p. 435-461, 2003.
GUIMARÃES, V.S. Entrevista com Roger Chartier: representações das práticas, práticas da representação. História, n. 40, p. 1-11, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4369e2021065
GOUVÊA, M. Estudos sobre desenvolvimento humano no século XIX: da biologia à psicogenia. Cadernos de Pesquisa, v. 38, p. 535-557, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15742008000200013
HERTWIG, O. Das Werden der Organismen, eine Widerlegung der Darwinschen Zufallslehre. Jena: Gustav Fischer, 1876.
LINNAEUS, C. Systema naturae per regna tria naturae: secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Lipsiae: Imprensis Librariae Kortii, 1758. DOI: https://doi.org/10.5962/bhl.title.542
LEMOS, M. Elementos de botânica. 2. ed. Porto: Typ. de Arthur José de Sousa, 1880.
LEMOS, M. Elementos de zoologia: 4ª e 5º ano do curso. Porto: Tipografia Mendonça, 1890.
LEMOS, M. Elementos de geologia coordenados. Porto: Tipografia Mendonça, 1893.
LORENZ, K.M. Ciência, educação e livros didáticos do século XIX: os compêndios das ciências naturais do colégio de Pedro II. Uberlândia: EdUFU, 2010. DOI: https://doi.org/10.14393/EDUFU-978-85-7078-253-3
MARTINHO, M.M.A. A criação do ensino industrial de Portugal. Porto: Viseu, 2006.
MARTINS, L.A.P. O papel do núcleo na herança (1870-1900): um estudo de caso: a teoria dos idioblastos de O. Hertwig. Filosofia e História da Biologia, v. 6, n. 2, p. 269-290, 2011.
MATEUS, A.M. Fundamentos da zoologia sistemática. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.
MAYR, E. O desenvolvimento do pensamento biológico. Tradução de I. Martinazzo. Brasília: Editora da UNB, 1998.
NASCIMENTO JÚNIOR, A.F.A.; SOUZA, D.C. A busca das ideias estruturantes da biologia na história dos estudos dos seres vivos no século XIX. Theoria: Revista Eletrônica de Filosofia, v. 8, p. 58-88, 2016.
PERRIER, E. Anatomie et physiologie animales. Paris: Masson, 1882.
PORTUGAL. Decreto de 30 de dezembro de 1852. Organisação e regimento da administração de justiça nas provincias de Angola, São Thomé e Príncipe e suas dependencias. Arquivo Histórico do Isep, Porto. 1852. Disponível em: https://www.fd.unl.pt/Anexos/Investigacao/1418.pdf. Acesso em: 2 jan. 2024.
PORTUGAL. Decreto de 20 de outubro de 1888. Diário do Governo. Lisboa, n. 242, p. 2037-2038, 22 out. 1888.
RIBEIRO, L.S.; MOTA, M.D.A.; LEITE, R.C.M. História da educação científica: revisando aspectos e construindo perspectivas. Revista Educar Mais, n. 5, v. 2, p. 198-216, 2021. DOI: https://doi.org/10.15536/reducarmais.5.2021.2053
SAAVEDRA, A. O professor Maximiano Lemos: inventário bibliográfico. Porto: Editora Porto, 1923.
SÁ-SILVA, J.R.; ALMEIDA, C.D.; GUINDANI, J.F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2009.
SIMÃO, M.M.; PARANHOS, R.; GUIMARÃES, S.S.M. As formas de pensar a vida como objeto de estudo primordial da biologia. Revista Brasileira de História da Ciência, v. 14, n. 2, p. 235-251, 2021. DOI: https://doi.org/10.53727/rbhc.v14i2.691
SILVA, E.C; AIRES, J. Concepções filosóficas de vida: contribuições ao ensino da teoria celular. Philosophy & History of Biology/Filosofia e História da Biologia, v. 14, n. 2, 2019.
SIMÕES, A.; DIOGO, M.P.; GAVROGLU, K. Sciences in the universities of Europe, nineteenth and twentieth centuries: academic landscapes. Dordrecht: Springer, 2015. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-017-9636-1
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Hugo José C.C de Azevedo, Paloma Rezende de Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.