A gênese e a persistência do historiador medieval
O caso de Pierre Duhem
DOI:
https://doi.org/10.53727/rbhc.v8i2.195Palabras clave:
teorias científicas, historiografia, ciência medieval, estática, dinâmicaResumen
Já são conhecidas as condições de emergência da história da ciência medieval na obra de Pierre Duhem: estudando as origens da estática entre 1903 e 1904, o autor redescobriu acidentalmente tratados medievais esquecidos pela tradição que antecipavam, a seu ver, a estática moderna. Ainda que a urgência de explorar seus recentes achados tenha fomentado uma sequência imediata de publicações sobre o assunto, ela é incapaz de explicar os escritos tardios. Acreditamos que essa explicação resida em um novo conjunto de descobertas imprevistas, desta feita sobre a dinâmica e a astronomia medievais, as quais viriam a ocorrer somente em meados de 1908. Nas teorias de João Buridan e Nicolau de Oresme, Duhem entreviu o nascimento da ciência moderna. Isto posto, procuraremos: (a) expor, com novas fontes, a visão positivista inicial do historiador, parcialmente abandonada com as revelações iniciais de 1904; (b) determinar as circunstâncias do segundo conjunto de descobertas atinentes à dinâmica do século XIV; (c) avaliar algumas das principais – e drásticas – consequências acarretadas por elas na obra de maturidade, e; (d) contextualizar as relações cada vez mais íntimas e explícitas entre a reabilitação da Idade Média e o projeto religioso duhemiano.
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