Carlos Eboli e a cura pela água no interior fluminense do século XIX
uma análise de Hydrotherapia
DOI:
https://doi.org/10.53727/rbhc.v17i1.988Palabras clave:
hidroterapia , Carlos Eboli (1832-1885), Província do Rio de Janeiro, século XIXResumen
O presente artigo tem como objetivo analisar o trabalho intitulado Hydrotherapia (1871), desenvolvido e apresentado pelo médico italiano Carlos Eboli à Academia Imperial de Medicina para obter o título de membro correspondente desta instituição. Nessa obra, divulgada pelo periódico Annaes Brasilienses de Medicina, Eboli afirma que trabalha com o tratamento hidroterápico no Brasil desde 1867, considerando-se o primeiro especialista na área que aplicou corretamente o método, e, por isso, o grande propagandista da hidroterapia científica no país. Por meio do registro de sua experiência profissional, Hydrotherapia nos possibilita compreender desde a construção do conhecimento da água como medicamento aos efeitos e interesses de sua utilização prática em fazendas cafeicultoras pertencentes a uma das famílias mais influentes do interior da província do Rio de Janeiro: os Clemente Pinto. Os registros presentes nesse trabalho revelam ainda a formação de redes de sociabilidades entre os médicos e desses profissionais com diversos atores sociais dessa importante área para a economia do Império brasileiro à época.
Descargas
Citas
AZEVEDO, M. de. A Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro: nota histórica lida no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1866. Annaes Brasilienses de Medicina, v. XIX, n. 10, mar. 1868.
BARBOSA, K.V.O. Escravidão saúde e doenças nas plantations cafeeiras do Vale do Paraíba Fluminense, Cantagalo (1815-1888). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/dissertacoes/teste/tese_keith_barbosa.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
BASTOS, C. Banhos de princesas e lázaros: termalismo e estratificação social. Anuário Antropológico, v. 2, p. 107-125, 2010. Disponível em: http://www.dan.unb.br/images/pdf/anuario_antropologico/Separatas%202010%20II/Cap%20V.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
BITTENCOURT-SAMPAIO, S. O Hotel Salusse em Nova Friburgo: núcleo familiar, político e social. Rio de Janeiro: Imprimatur, 2009.
BRUM, J.Z.M. Parecer sobre a estatística do instituto sanitário hidroterápico de Nova Friburgo apresentada pelo Sr. Dr. Carlos Eboli. Annaes Brasilienses de Medicina, Rio de Janeiro, t. XXIX, n. 1, jun. 1877.
CORRÊA, M.J.B. O cotidiano de Nova Friburgo no final do século XIX: práticas e representação social. Rio de Janeiro: Educam, 2008.
CHERNOVIZ, P.L.N. Formulário e guia médico. 18. ed. Paris: Typografia de Roger e F. Chernoviz, 1908.
EBOLI, C. Hydrotherapia: memória apresentada à academia imperial de medicina para obter o título de membro correspondente. Annaes Brasilienses de Medicina, t. XXII, n. 11, abr. 1871.
ESTABELECIMENTO Hidroterápico do Dr. Eboli: Nova Friburgo. Almanak Gazeta de Notícias, ano 8, 1887.
FOLLY, L.F.D.; OLIVEIRA, L.J.N.; FARIA, A.M.R. Barão de Nova Friburgo: impressões, feitos e encontros. Rio de Janeiro: Escola de Belas Artes/UFRJ, 2010.
GOMES, A.I. Quando Deus quer, água fria é remédio. Correio da Tarde, p. 2, 30 jun. 1848.
HARING, C.G. Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, ano 17, 1860.
HOMEM, J.V.T. Lições sobre as moléstias do sistema nervoso, feitas na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro: lição XIII. O Progresso Médico, v. 3, p. 337-350, 1878.
LAMEGO, A.R. O homem e a serra. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Geografia/Divisão Cultural, 1963.
MAUAD, A.M.; MUAZE, M. A escrita de intimidade: história e memória no diário da viscondessa do Arcozelo. In: GOMES, A.C. Escrita de si, escrita da história. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004. p. 197-227.
MENDONÇA, J.D.P.; SANTOS, J.V.S. O voto livre. Cantagalo, 22 fev. 1885. p. 2. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/docreader.aspx?bib=817236&pasta=ano%20188&pesq=eboli&pagfis=1. Acesso em: 31 maio 2024.
MUAZE, M. O Vale do Paraíba e a dinâmica imperial. In: INSTITUTO CULTURAL CIDADE VIVA. Inventário das fazendas do Vale do Paraíba fluminense: fase III. Rio de Janeiro: Inepac/Instituto Cidade Viva, 2011. v. 3. p. 293-340. Disponível em: http://www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/wp-content/uploads/2010/12/15_mariana_muaze.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
PROENÇA, A.T.A. Vida de médico no interior fluminense: a trajetória de Carlos Eboli em Cantagalo e Nova Friburgo (1860-1880). Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz, 2017. Disponível em: http://www.ppghcs.coc.fiocruz.br/images/dissertacoes/dissertacao_Anne_proenca.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
PROENÇA, A.T.A. Senhor vereador doutor: as frentes de atuação de Carlos Eboli na Câmara Municipal da Vila de Nova Friburgo (1870-1880). In: COSTA, R.G.R.; GUIMARÃES, F. (org.). Memórias do legislativo friburguense: 200 anos de história da Câmara Municipal de Nova Friburgo. Nova Friburgo: Bemdita, 2020. Disponível em: https://www.novafriburgo.rj.leg.br/institucional/livro-memorias-do-legislativo-friburguense-1/livro-memorias-do-legislativo-friburguense/view. Acesso em: 10 jan. 2024.
PROENÇA, A.T.A. Mande chamar o doutor! A presença dos médicos no Vale do Paraíba fluminense (1840-1880). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde) – Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://ppghcs.coc.fiocruz.br/images/teses/tese_final_anne_thereza_proenca.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
QUINTELA, M.M.C.L. Saberes e práticas termais: uma perspectiva comparada em Portugal (Termas de S. Pedro do Sul) e no Brasil (Caldas da Imperatriz). História, Ciências, Saúde –Manguinhos, v. 11, supl. 1, p. 239-260, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702004000400012
QUINTELA, M.M.C.L. Águas que curam, águas que energizam: etnografia da prática terapêutica termal na Sulfúrea (Portugal) e nas Caldas da Imperatriz. Tese (Doutorado em Ciências Sociais, Antropologia Social e Cultural) – Universidade de Lisboa/Instituto de Ciências Sociais, Lisboa, 2008.
SALLES, R.H. E o vale era o escravo: Vassouras, século XIX: senhores e escravos no coração do Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
SANT’ANNA, D.B. A cidade das águas: uso de rios, córregos, bicas e chafarizes em São Paulo (1822-1901). São Paulo: Editora Senac, 2007.
SIGAUD, J.F.X. Do clima e das doenças do Brasil ou estatística médica desse Império. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009.
STEIN, S.J. Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba: com referência especial ao município de Vassouras. São Paulo: Brasiliense, 1961.
VIGARELLO, G. Higiene do corpo e trabalho das aparências. In: CORBIN, A.; COURTINE, J.J.; VIGARELLO, G. História do corpo: da Revolução à Grande Guerra. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 375-392.
Recebido em janeiro de 2024
Aceito em março de 2024
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Anne Thereza de Almeida Proença
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.